O RIO vai virar uma máquina de EXILAR seus cineastas? R$ 14milhões para os grandes produtores tentarem repetir êxitos de público e NADA pra outras formas de cinema? Tapa na cara? Chute no saco? Desespero. Pouco tempo depois do edital de curtas e longas da RIOFILME ser cancelado - um edital que apesar de ser bem burocratizado e centralizado em cinema tradicional, está aberto a pequenos produtores e novos diretores - a PREFEITURA anuncia que o financiamento a FILMES COMERCIAIS através de investimento automático em produtores que tenham feito sucesso de publico no ano anterior está mantido, bonitinho! Ou seja: R$14milhões para quem filmar novas comédias românticas com o Leandro Hassun (nada contra ele, contra as comédias romanticas, contra brincadeiras populares) PORÉM NADA (NADA!!!!!????) para o cinema autoral, o cinema coletivo, o cinema das comunidades. Já ouvimos falar que esse cinema é "miserável" (uma grosseria), mas estamos falando de um CINEMA que amplia linguagem, descobre talentos, difunde nossas questões pro mundo, cria interação social entre coletivos, cria vida na cidade. Ouvi falar que o PREFEITO vai voltar atrás do CANCELAMENTO e lançar o edital "cultural"em breve, em versão menor, reduzida. MAS QUE POLITICA CULTURAL é essa que massacra toda a diversidade? Conheço muitos cineastas cariocas que tiveram filmes em grandes festivais no Brasil e exterior ABANDONANDO a cidade, indo passar tempos fora, tendo que sobreviver com trabalhos paralelos e filmando na raça e AINDA ASSIM conseguindo mostrar imagens da cidade no MUNDO TODO. Sei que dessa vez o dinheiro foi represado por uma opção de superiores e não diretamente da RIOFILME e que esse dinheiro do FUNDO está lá alocado sem depender das ações do PREFEITO - então não quero ficar jogando pedras nessa ou naquela pessoa. É uma questão estrutural: o projeto do audiovisual do RIO é negar todo cinema que não seja uma mega produção comercial? Se for, digam isso com todas as linhas que eu, E MUITA GENTE, VOU EMBORA de vez. Com todo respeito, não cuspa na nossa cara assim. SOU CARIOCA E QUERO UM CINEMA REGIONAL PRO RIO, PENSANDO NOSSAS QUESTÕES E IMAGENS E NAO APENAS UM CINEMA INDUSTRIAL. A QUANTIDADE DINHEIRO É TAO MENOR E OS RESULTADOS SOCIAIS, CULTURAIS, COMUNITARIOS EXISTEM, ECOAM, REFLETEM A CIDADE. A gente já tá amassado porque as políticas federais regionalizadas não enfocam o cinema do Sudeste como prioridade - justamente porque aqui já haveria capital local pra cinema - mas se o dinheiro nosso "dinheiro local" não é pensado para um cinema regional, pra onde correr?
Um texto de: Felipe Bragança
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